
Por: Paulo Vitor Moraes
Modalidade preferida da maioria dos brasileiros, o futebol tem passado por fortes mudanças nas últimas décadas. Amadorismo, tapetão e abnegação são palavras quase extintas do futebol moderno. Tudo isso por causa de um forte processo de profissionalização do esporte, consequência de uma mudança de mentalidade.
Aqui no Brasil tivemos que nos adequar à tendências européias, bem como a troca de pessoas abnegadas por dirigente preparados e remunerados, trabalhando sempre buscando atingir metas. Além de jogadores, melhor orientados, graças à empresários e procuradores, que administram suas carreiras.
Neste espaço o foco será expôr fatos que exemplifiquem esse processo de evolução do esporte, informando e opinando sobre fatos relevantes de bastidores que virão à contribuir para muita gente no sentido de trazer uma visão mais ampla dos negócios futebolísticos. Parcerias comerciais, contratações de jogadores, ações de marketing e muitas outras coisas que acontecem além das quatro linhas.
O esporte é complexo, mais do que muita gente imagina. Com o processo de profissionalização a modalidade perdeu em romantismo, mas em compensação ganhou em seriedade. Os clubes ganharam uma forte parceira, a TV. Com ela como aliada os clubes colocam em evidêcia suas marcas, e conseguem anunciantes abonados, e cada vez mais interessados em investir, seja em camisas e shorts, placas de publicidade, sites ou banners.
O certo é que os investidores estão cada vez mais satisfeitos com o retorno no futebol. O Palmeiras por exemplo, que tinha a Samsung como patrocinadora master, rescindiu o contrato com a mesma, e acaba de retomar uma parceria com a Fiat, em que tem contrato avaliado em algo em torno de 16 milhões de reais anuais. O Corinthians recebe hoje o maior valor de um patrocinador master, cerca de 17 milhões de reais, também anuais da Medial Saúde.
Aqui na Bahia os clubes parecem ainda não ter aprendido a vender as suas marcas, comparado à clubes citados acima. O Bahia recebe cerca de 120 mil reais mensais, o que dá pouco menos de 1 milhão e meio reais por ano da OAS empreendimentos. Já o seu rival, o Vitória,que disputa a série a, recebe um pouco mais, 150 mil mensais, totalizando quase 2 milhões anuais da mesma OAS.
Uma outra forte fonte de receita, que também é uma tendência européia, é a captação de sócios. Clubes como Internacional e Grêmio tem hoje mais de 100 mil sócios, gerando uma espécie de renda antecipada, deixando de lado a bilheteria, que tem ficado entre 5ª ou 6ª no ranking de maiores fontes de faturamento dos clubes. No Nordeste Ceará e Vitória tem conseguido aumentar o seu quadro de sócios. A diretoria do “Vovô”, como é conhecido Ceará, tem investido forte em ações de marketing para explorar o melhor momento do clube desde o início da década de 90 em que chegou a final da Copa do Brasil. O Ceará hoje tem cerca de 10 mil sócio pagando suas mensalidades em dia e ajudando com o crescimento do alvinegro cearense.
Já o Vitória possui um quadro superior a 8 mil sócios. Com o programa “Sou mais Vitória” o rubro negro baiano, tem faturado cada vez mais, além de aumentar sua média de público nos últimos 2 anos. Apesar disso, é nítido a ineficácia do seu departamento de marketing, que não promoveu nenhuma ação explorando os dois jogos da final da Copa do Brasil em que o clube jogará contra o Santos depois da Copa do Mundo.
Enfim, esses são alguns exemplos que o “Bastidores Futebol clube”trará para mostrar como o futebol evoluiu financeiramente e se tornou uma máquina de negócios, com clubes faturando alto, confederações lucrando com amistosos das suas seleções, jogadores sendo valorizados cada vez mais e patrocinadores satisfeitos com com seus investimentos.